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Mais uma fascinação

   O homem possui inúmeras vulnerabilidades e desejos. Queremos saber de onde viemos, para onde vamos, se estamos sós no infinito espaço, em que esquina dobrar. Há a constante preocupação de como nos expressamos, do que podem achar caso algo se revele, se o mundo estará preparado para o amanhã. Às vezes buscamos nos impulsos primitivos uma brutalidade condizente com o temor; sabemos extrair a força do mais profundo confim interior – ou ao menos deveríamos saber -, e com ela fazer ações fantásticas. Vê? Aquilo lá no céu! É um avião? Um pássaro? Se disser que é o Superman, parabéns pela visão criativa. Claro que todos o estão vendo. O sensacional “Homem de Aço” está em tudo que é lugar, agora sem cueca sobre a calça e voando com muito mais efeito!
                   O planeta Kripton está em colapso, prestes a explodir, mas o casal Jor-El e Lara conseguem colocar o único filho numa nave e enviá-lo rumo à Terra. O menino carrega nele toda a esperança de uma raça e passa a viver junto aos Kent, uma família simples do Kansas. Ele crescerá como um humano, mesmo não sendo um. O General Zod, kriptoniano responsável por defender o planeta natal, abusa do poder detido e, após escapar da Zona Fantasma – uma espécie de prisão -, cruza galáxias à procura da criança salva. Clark Kent adquire as emoções e complexidade humanas. Fisicamente, ele tem que adaptar-se à sua condição, aos seus super poderes; tarefa difícil mas conquistada com o apoio da família terráquea. Superman espera o momento certo de revelar-se ao mundo, e o faz quando Zod ameaça a humanidade.
                   Dessa vez, quem dá carne, ossos e músculos ao herói é o britânico Henry Cavill. O ator já havia tentado voar na produção de 2006. Agora, após muitos exercícios físicos, o rapaz dá um vigor, uma presença marcante na tela, fiel ao perfil da personagem; é preciso ser extremamente forte para interpretar o Homem de Aço, claro. Além do físico, o filme tenta focar no lado humanizado do Superman, adquirido durante os anos de vida na Terra. Há constantes feedbacks da infância e da juventude cercados pelas indagações de um homem à procura do seu passado; é interessante conhecer um bocado da vida dele – a cena de Clark criança brincando no jardim com um lençol vermelho preso à camisa é humana e poderosa. Sabe aquela máxima: “Fale menos, faça mais”? Henry tem poucas falas, mas está sempre perambulando pelo espaço, salvando alguém, sendo o Superman. E convence nas horas dramáticas.
                   No elenco ainda há Amy Adams no papel da jornalista do Planeta Diário, Lois Lane – ela dá um charme e um toque ruivo, com um brilho dos olhos tão ternos, que é impossível não amar essa mulher. O vilão, General Zod, é vivido pelo talentosíssimo Michael Shannon. A família Kent é composta por Kevin Costner e Diane Lane em simples e boas performances. E Russell Crowe faz o pai biológico sem nada demais.
                   Você não paga pra ver uma adaptação dos quadrinhos para apreciar futuros indicados ao Oscar de melhor atuação. Você quer é ver seu herói voando, quebrando a cara do vilão, salvando a mocinha e respirando aliviado no fim. Pois bem. O diretor Zack Snyder sabe valer seu ingresso quando o assunto é efeito especial. As sequências de ação são grandiosas, incessantes – são poucos os intervalos de calmaria – e muito bem feitas. A fotografia está belíssima e as cenas focadas em detalhes pequenos com uma luminosidade diferente são interessantes. O problema dessa adaptação é a velocidade com que as informações são dadas; tudo acontece muito rápido e o filme fica em certos momentos confuso. Quem for vê-lo em 3D, tome um remédio contra tontura – isso não é um ponto negativo.
                   Há 75 anos surgia o “Homem de Aço” nos quadrinhos. Já vimos várias adaptações e nos empolgamos com a tecnologia de cada época. Agora ganhamos uma nova oportunidade de nos fascinar com o Superman. O herói, por estar mais humano, está mais vulnerável. No entanto, não é por isso que ele perderá sua força; ele sabe drenar das lições aprendidas algo mais poderoso que visão laser: a capacidade de saber que tudo tem seu tempo. “Kripton já teve sua oportunidade” e você não desperdiçará esta. Vista a capa e voe pro cinema!

Amy Adams como Lois Lane

Michael Shannon como General Zod

Postagem via muitoalemdofim

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