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Empreendedorismo

Minha ideia foi por água abaixo

Imagem de huney.co
Imagem de huney.co

A maior alegria de nós, empreendedores, é quando as pessoas compram a nossa ideia de braços abertos. E quando digo “comprar”, falo de entrar no barco junto com a gente, em algo que muitas vezes parece loucura.

Ao mesmo passo, a pior coisa é quando você não recebe a aceitação que imaginava para aquilo lançado. Seja porque a ideia não era tão boa, seja por conta do timing que estava errado e as pessoas não estavam preparadas para receber a novidade, ou até por simples erros do próprio empreendedor que transformaram uma ideia brilhante em catástrofe mundial.

Há muito tempo acompanho um canal no YouTube chamado Fine Brothers Entertainment (FBE), criado por dois irmãos que fazem vídeos de entretenimento. E recentemente eles passaram exatamente por essa situação que comentei, e infelizmente vivenciaram a rejeição do público a um novo projeto.

O FBE é um canal com quase 14 milhões de inscritos e possuem em seu acervo vídeos com mais de 43 milhões de visualizações. Ao longo dos anos criaram uma marca própria e viraram referência no gênero “react”, onde pessoas (crianças, adultos, idosos e youtubers) reagem à praticamente tudo que você puder imaginar, desde comidas até a vídeos virais e novas tecnologias. Com o enorme crescimento, nada melhor que vir com uma inovação para o público que tanto curte o gênero: “Vamos licenciar os programas REACT para qualquer pessoa fazer da mesma forma que nós, com nosso apoio e suporte, e podendo utilizar a nossa marca.”, e foi assim que surgiu o REACT WORLD; algo super normal em canais de televisão, como a gente vê nos realities: The Voice, Big Brother, X Factor, etc. Mas infelizmente, tudo foi por água abaixo. O público, rejeitou, perderam centenas de milhares de inscritos em alguns poucos dias (se não tiverem já chegado a 1 milhão perdido), repercutiram em diversos outros canais do YouTube e ainda sofreram com algo pavoroso para qualquer youtuber: os dislikes nos vídeos.

Após toda a repercussão do anúncio do REACT WORLD, os irmãos da FBE até fizeram um vídeo explicando toda a situação e tentando acalmar os ânimos, mas não tiveram muito sucesso. Então, os eles tomaram a decisão de cancelar o novo projeto, deletaram o vídeo do anúncio e o vídeo de explicação e fizeram um post no Medium esclarecendo tudo.

Não vem ao caso dizer se eles estavam certos ou não em licenciar esse tipo de programa (que é a grande discussão no meio do YouTube), a questão é que eles sofreram a rejeição do público a algo que foi criado com o intuito de impactar positivamente as pessoas. E muitas vezes passamos por essa mesma situação enquanto empreendedores.

Eu mesmo, ao montar a minha empresa, o Tot Coworking, lidei com a barreira cultural que fez com que eu projeto demorasse absurdamente muito mais tempo para pegar vôo do que o que eu tinha imaginado. Isso faz parte do processo, afinal estamos apostando em algo novo, que na maioria das vezes as pessoas não estão acostumadas. Querendo ou não, tudo que é novo tem aquela dualidade: ou vai ser super bem aceito pelo público e um sucesso sem escalas, ou o pessoal não vai curtir e você vai ter um alto índice de rejeição. E quando já temos uma base de clientes, todo cuidado é pouco.

Em momentos como esse temos que estar preparados para qualquer uma das duas possibilidades. Ter um plano B ou preparar as pessoas para a novidade que virá futuramente são extremamente necessárias para conseguir reagir bem ao impacto que as pessoas vão ter sobre a nossa novidade.

Na minha situação, tentei preparar as pessoas para a chegada da minha empresa alguns meses antes da inauguração, mas a minha falta de experiência atrelado ao meu temperamento impulsivo, acabaram gerando um impacto negativo na aceitação do negócio que me custou muito dinheiro por um longo tempo.

A moral da história é: se vai inovar e lançar algo fora do comum para as pessoas ou se vai mudar algo que seus clientes já estão acostumados há anos, tenha muito cuidado, senão sua grande ideia pode ir por água abaixo, e infelizmente seu bolso vai sentir muito.

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Criatividade

Não sou criativo!

Photo by Aleks Dorohovich
Imagem de Aleks Dorohovich

Sou um administrador de empresas. Não trabalho com criatividade.

Quando vejo uma frase dessas me dá logo um arrepio. Primeiro porque todo mundo trabalha com criatividade de alguma forma, seja pra resolver um problema pessoal do dia-a-dia, seja para desenvolver uma marca. E segundo, porque essa foi a frase dita há pouco tempo atrás por quem vos escreve.

Confesso que hoje, quando vejo que fui capaz de soltar essas palavras, fico envergonhado; mas ao mesmo tempo, aliviado de ter entendido o real significado da criatividade.

Muitos ainda pensam dessa forma. Acreditam que a criatividade é algo quase que “exclusivo” de quem trabalha com arte, imagem e mídias dos mais diversos tipos. Mero engano!

Esse é um tema bastante subjetivo, claro, mas ao mesmo algo muito fácil de ser compreendido. A criatividade nada mais é que desenvolver algo pensando de um jeito diferente, saindo dos métodos tradicionais de se fazer as coisas.

Considero a criatividade como uma habilidade que pode ser adquirida por qualquer tipo de pessoa. A única condição de sermos ou não criativos está no nosso esforço em desenvolver essa capacidade.

De forma simples, se nos permitimos ter novas experiências, vivenciar situações fora da nossa zona de conforto e colocar nossa mente trabalhando em atividades além da nossa atividade principal, conseguimos ser mais criativos.

A nossa geração (os millennials) são considerados como jovens “indecisos”, muitas vezes porque gostamos de fazer de tudo um pouco e experimentar coisas novas. Ao mesmo tempo, somos valorizados pelo nosso enorme potencial criativo. Percebeu a relação?

Digo por mim mesmo, que sou formado em Administração, mas aprendi (e continuo aprendendo) design por conta própria, já fiz aulas de desenho, me amarro em fazer trabalhos manuais e artesanais, tenho uma paixão por fotografia e como podem perceber, gosto de escrever.

Para muitos, nada disso possui relação alguma. Mas para mim, são inputs (entradas — nesse caso de informações) que contribuem para desenvolver o meu lado criativo. As ideias que tenho são resultados das minhas experiências diárias, de conversas que participo, de filmes e séries que assisto e até de problemas que passo.

Sim, a criatividade não é exclusivo de uma área ou outra, mas é algo ao alcance de todos. A diferença está nos tipos e frequências de inputs que cada um nós temos. Igual à uma academia, que se você parar de malhar seu corpo deixa de ter a resistência que tinha, sua mente deixará de ser criativa a partir do momento que você deixar de ter inputs variados.

Exercite sua mente e permita-se novas experiências. Seu potencial criativo agradece.

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Áudio & Vídeo Música

Fall Out Boy e a busca da inovação na indústria musical

Fall-Out-Boy

A banda formada por Patrick Stump, Pete Wentz, Andy Hurley e Joe Trohman, da maravilhosa Chicago, teve o nome escolhido pelo público presente no primeiro show, que é inspirado em um personagem da série “Os Simpsons”. São 3 EPs, 7 álbuns de estúdio e 1 álbum ao vivo para contar a história e mostrar a pegada pop punk que o grupo apresenta há 14 anos. Conhecidos pelos sucessos como “Dance, Dance”, “Thanks for the Memories”, “The Take Over, The Breaks Over”, eles voltaram de um hiato de três anos em 2013 com o disco “Save Rock and Roll”.

O disco pós-hiato, que tinha como missão salvar o rock, teve participações de Elton John, Big Sean, Foxes e Courtney Love. Seu primeiro single “My Songs Know What You Did In the Dark (Light Em Up)” chegou ao 1° lugar no Billboard 100, ganhando certificado de platina triplo. O álbum trouxe polêmica, amadurecimento e uma busca por inovação na indústria musical.

A capa trouxe polêmica com a mensagem de tradição, globalização e toda representação religiosa misturados numa única imagem. A foto foi tirada na Birmânia, país que vem mostrando um aumento na popularidade da música punk por causa da liberdade gradual das restrições governamentais. Os rapazes explicaram na fanpage da banda sobre a escolha e pensamento da arte:

“Quando começamos a jornada de produção desse novo disco, queríamos achar algumas imagens que nos inspirassem. Então tropeçamos na foto do punk e do monge na Internet, e ela realmente representou o que estávamos procurando para esse álbum – a ideia de colisão entre o velho e o novo. Tradição e mudança caminhando juntos. Havia algo surpreendente a respeito. Obviamente essa é uma imagem que significa muito, pra muitas pessoas – sentimos como se quiséssemos fazer parte dessa conversa. Essas crianças representam a juventude, mudança e irreverência com as quais esperamos que as pessoas escutem nosso disco. No fim das contas, queremos apenas pegar as regras e começar tudo de novo com Save Rock and Roll.”

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Capa do disco pós-hiato da banda

O amadurecimento do grupo foi notável a cada faixa, o pop punk foi ganhando mais cara de rock punk com guitarras mais presentes como em “The Phoenix”, “Alone Together” e “Rat a Tat”.

Fall-Out-Boy-2

Em busca de inovar, o grupo mostrou o seu lado criativo de várias formas na divulgação do disco, o site deles, por exemplo, foi um dos primeiros na plataforma do tumblr onde eles escolheram por ser mais intimista com os fãs. Depois deles bandas como Cobra Starships, Panic! At the Disc e The Maine fizeram seus websites na mesma plataforma. Foi também uma das primeiras a liberar, antes do lançamento oficial do disco, streaming grátis pelo canal do Youtube. Não parou por ai, os caras inovaram na forma de trabalhar singles e seus clipes, em vez de optar trabalhar três músicas e lançar a mesma quantidade em clipes, como as bandas normalmente trabalham, eles decidiram trabalhar todas as músicas do álbum e lançar clipe para cada uma delas, desse conjunto nasceu o “Save Rock and Roll: The Young Blood Chronicles”, cada clipe se tornou uma parte de uma crônica criada pela banda que foi postado no youtube e divulgado pelas demais redes sociais do grupo. Cada clipe/episódio era postado a cada 30 dias e no final da história todas as partes ganharam formato DVD em edição limitada para os fãs.

Então, quatro caras que passaram três anos sem gravar um disco voltam ao cenário e busca fazer pequenas coisas que mudam e impressionam quem é acostumado com a mesmice, a inovação da banda começa por algo que vem ganhando cada vez mais força no meio musical, as redes sociais, desde da divulgação da capa até seu lançamento eles usaram somente o poder das redes, procurando uma relação direta com quem escuta eles, os fãs.

Assista “The Young Blood Chronicles”

Após o lançamento do álbum, o grupo relançou o disco junto com uma EP intitulada “PAX AM Days”, que continha oito músicas gravadas em dois dias junto com o compositor Ryan Adams. PAX também teve seu streaming grátis pelo youtube antes do lançamento, junto com clipe da música “Love, Sex, Death”.

PAX-AM-Days
Capa da EP “PAX AM Days”

Nesse ano os caras pretendem também trabalhar diferente seu novo álbum “American Beauty/American Psycho”, que já começou dá o que falar com sua capa. O disco será lançado dia 20 de Janeiro, aguarda que vou falar sobre ele por aqui. =))))

American-Beauty
Capa do novo álbum do grupo, intitulado “American Beauty/American Psycho”

Escuta um pouco dos caras:

Dance, Dance

 

Alone Together

 

Irresistible