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Passo-a-Passo: Construindo um personagem

Já pensou em criar um personagem? Sua personalidade e suas aventuras correndo o mundo em busca de um objetivo? Pois hoje trago para vocês um simples passo a passo da criação de um personagem, desde seu projeto em papel até a confecção do mesmo.

Vamos separar este processo em três etapas: biografia, design e concepção.

Biografia

Para começar, escreva a biografia do seu personagem: quem ele é? O que faz? O que busca? Quais são os seus sonhos? Quais seus talentos? Quais seus defeitos? Quais dificuldades tem que enfrentar? Ele é preguiçoso ou corajoso? É responsável ou não? Tem família? Emprego? Tente traçar a personalidade dele. As respostas dessas perguntas construirão as Características Psicológicas do personagem. Se quiser, faça um pequeno resumo da história. Isso vai facilitar muito o processo criativo.

Depois de desenvolver o psicológico de seu personagem, vamos partir para as Características Físicas. Explique como é cada parte do corpo: altura, cor de pele, cor de cabelo, tipo de cabelo, braços e pernas (finas, grossas, curtas ou compridas), corpo (fino, volumoso, barriga localizada ou não), cabeça, mãos, pés e vestuário. Com isso feito, chegou a hora de batizá-lo. Escolha um nome que combine com ele.

Design

Agora que você conhece seu personagem, podemos começar a desenhá-lo. Uma boa dica é pegar várias referências que se aproximem do que você quer fazer. Com essas figuras em mãos, faça um estudo de proporção. Primeiro trace uma linha no meio e conte quantas “cabeças” ele possui. Essa técnica toma como base a medida da cabeça para formar o corpo do personagem.

Procure pegar partes do corpo de várias referências. Pegue o nariz  e os olhos de um e o formato do rosto de outro. Vá montando seu personagem e se sinta livre para criar!

Faça um Model Sheet, com a visão de vários ângulos do personagem. Você também já pode fazer o estudo de cor. Teste diferentes combinações. No exemplo, eu fiz o estudo de cor e alguns ângulos do personagem. Você pode desenhar as expressões faciais ou gestuais também.

Moodel sheet do personagem
Model Sheet com a proporção das cabeças e estudo de cor

 

Concepção

Você já tem a base de seu personagem para aplica-lo em um livro, HQ, animação etc. Como exemplo de aplicação, vou mostrar como seria transformá-lo em um boneco usando massa de porcelana fria, também conhecida como Biscuit. Você pode usar outros materiais também.

Comece preparando seu ambiente de trabalho. Para deixar o boneco mais firme colocarei arame em seu interior, então tenha um alicate para trabalhar com este material:

Ambiente de trabalho

 

Faça um esboço. Aqui eu estou trabalhando com a altura de 15cm:

Esboço do personagem

Para trabalhar com a massa de Biscuit, você tem que colorir ela. Eu uso tinta a óleo para esta etapa. Aqui misturei duas tonalidades para alcançar a cor desejada:

Colorindo a massa

 

Modele a massa no formato do tronco do personagem. Detalhe para o arame que passa pelo centro do que virá a ser o corpo dele:

Modelando a massa

 

Para os braços, faça uma cobrinha e corte no tamanho adequado. Usei o esboço para medir os braços:

Fazendo os braços

 

Coloque o arame por dentro dos braços para dá mais sustentação:

Colocando arame nos braços do boneco

 

As mangas são duas simples bolas coladas com cola branca na estrutura do braço:

Fazendo as mangas para os braços

 

Agora faça o pescoço. Depois começamos a construir alguns detalhes da roupa:

Roupa do personagem

 

A construção das pernas segue a mesma lógica das cobrinhas. Já a calça, são duas bolinhas maiores que as mangas. Faça um leve amaçado em um dos lados da calça para encaixar melhor no corpo do personagem:

Construindo a perna e a calça

 

Com mais alguns detalhes já está tomando forma:

Primeira montagem do boneco

 

Eu acho as mãos a melhor parte! Você faz uma pequena bola, pequenas cobrinhas para os dedos e cola tudo. Aqui fiz também o detalhe da luva que você pode ver no ultimo quadro:

Passo a passo  das mãos

 

Para a construção dos sapatos, coloquei porcas de parafuso pra ajudar o boneco a ficar em pé. O encaixe na perna também é feito com arame:

Montagem dos sapatos

 

A melhor parte da cabeça é cortar o cabelo. Sério, é muito bom! Já o nariz é chatinho de fazer:

Fazendo a cabeça e o cabelo

 

Os olhos são mais simples:

Olhos do personagem

 

Agora vamos colocar a cabeça no lugar:

Encaixando a cabeça

 

O chapéu é formado de pequenos triângulos colados em um aro de Biscuit. Coloquei alguns detalhes como umas tirinhas nos cantos e bolinhas nas pontas:

Construindo o chapéu

 

Vamos pintar as pupilas dos olhos com uma caneta Nankin. Não é tão fácil quanto parece:

Pintando as pupilas

 

Para prender o chapéu na cabeça, use um arame:

Colocando o chapéu  na cabeça

 

Resolvi colocar o boneco em um suporte feito da mesma massa. Isso para garantir que ele ia ficar bem fixo em superfícies planas:

O suporte também é feito com Biscuit

 

E voalá, está pronto o personagem! Este é o Alam, prazer!

personagem-pronto

 

Agora é sua vez de criar o seu. Não esqueça de compartilhar sua criação com a gente!

Até a próxima!

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Mordi Levi

Foi passeando pelo maravilhoso mundo da internet que descobri Mordi Levi em um post onde ele ilustrou vários personagens de Game of Thrones. Como (quase) tudo que se refere a uma série de sucesso vira sucesso também, logo fui atrás de saber quem era o ilustrador por trás das artes geométricas.

Mordi Levi é um designer israelense que, além de possuir outras técnicas de ilustração, explora bastante o lowpoly, aquele efeito que deixa os desenhos com polígonos e vetores. A seguir, fotos dos seus trabalhos mais conhecidos.

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Gostou? Então, dá uma olhadinha no behance dele que lá tem o processo de criação completo. 😉

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Arte Criatividade Ilustração

MD Entrevista: Gabriel Jardim

Dois mundos diferentes entram em conflito dentro de um elevador. Com essa premissa, Gabriel Jardim apresenta seu novo projeto. De Dentro Da Couraça traz dois personagens completamente distintos que, estando presos num mesmo espaço, terão que enfrentar a personalidade um do outro.

Este é o segundo trabalho de Gabriel Jardim pelo Catarse. Café, seu primeiro HQ, foi bem sucedido e financiado em 2014 com mais de duzentos apoiadores. Assim como em Café, neste novo quadrinho Gabriel traz uma história cotidiana, só que mais próxima do real. Conversamos com ele sobre este novo projeto e suas expectativas.

De Dentro Da Couraça, por Gabriel Jardim
De Dentro Da Couraça, por Gabriel Jardim

Por que o nome “De Dentro Da Couraça”?

Porque é onde acontece a história. O elevador como uma couraça, mas não só o elevador, eles também. É uma história de desabafos, eles são couraças que guardam seus pensamentos e frustrações.

Fale um pouco da história

É mais uma história de cotidiano. Nela, um cara está bebendo com os amigos num clima caloroso. Em contrapartida, uma bailarina que se mostra triste está se preparando para um espetáculo. Eis que os dois terminam por se encontrar no elevador e ficam presos nele. A partir de então, seus mundos diferentes entram em conflito.

O que lhe inspirou a escrever está história?

Alguns acontecimentos e reflexões que eu tive de verdade. Não vou aprofundar pra não dar spoiler, haha. Mas diferente de Café, que eu parei pra criar uma história do nada, essa saiu de dentro da minha couraça.

Página colorida em aquarela, por Gabriel Jardim
Página colorida em aquarela, por Gabriel Jardim

“Café” influenciou nesse novo trabalho?

Sim, porque foi a primeira experiência. Se eu evolui foi só porque comecei meu aprendizado com ele. E até tem alguns easter eggs dele no DDDC.

Quais são suas expectativas para este projeto?

Espero atingir mais pessoas e fazer com que elas se identifiquem ainda mais com essa história do que se identificaram com Café.

Fale sobre as recompensas para quem apoiar o projeto

As recompensas começam desde a versão PDF da HQ, até receber ela impressa autografada junto com cartões postais, sketches aquarelados, páginas originais e o nome creditado nos agradecimentos. Variam de acordo com o valor investido, lá tem tudo separado e explicadinho.

Deixe suas considerações finais

Convido todo mundo a conhecer o projeto e espalhar a palavra. Acredito que quem gostou do Café vai gostar ainda mais do DDDC. Um grande abraço a todos.

 

Ficou curioso? Então conheça mais sobre o projeto no site do Catarse. E você pode falar com Gabriel pelo email gabriel_jfs@hotmail.com.

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MD Entrevista: Jessé Luiz

Jessé Luiz é desenhista e ilustrador. Com seu estilo Cartoon, Jessé se expressa por meio de suas criações. Seu gosto pelo desenho começou na infância e nunca mais parou. Hoje ele possui mais de 200 obras produzidas e compartilhou com a gente suas experiências.

Autorretrato de Jessé Luiz
Autorretrato de Jessé Luiz

Você é natural de João Pessoa?

Jessé: Sou de “jampa” mesmo. Nasci aqui e espero não morrer aqui [risos]. Não que eu não ame essa cidade, é que quero conhecer o mundo.

Quando você começou a desenhar e por que?

Jessé: Bem, eu desenho desde que me conheço por gente. Pelo que me lembro eu desenhava antes de começar a ler e a escrever. Eu desenho porque acho que pra mim é a única forma de me expressar inteiramente. Não sou bom escritor, não entendo nada de música, mas me sinto confortável rabiscando alguma coisa no papel ou no PC.

Scott Pixel, de Jessé Luiz
Scott Pixel, de Jessé Luiz

Você se inspira em algum artista ou estilo?

Jessé: Claro, acho que todo artista se inspira em alguém. No meu caso a inspiração não serve apenas para formar meu estilo, mas para formar meu caráter. Existem pessoas que me ajudaram muito nessa área. Em questão de estilo eu me inspiro em desenhistas como Gustavo Duarte, Joe Madureira, Creaturebox, entre outros.

O Mago é Implacável, de Jessé Luiz
O Mago é Implacável, de Jessé Luiz

Como você descreve seu estilo?

Jessé: Muito louco! [risos] Meu estilo é o que pode ser chamado de Cartoon, (levando em consideração a divisão Cartoon, Comics e Mangá). Apesar de ser Cartoon, eu não tenho muita influência das grandes empresas que utilizam esse estilo, Disney e DreamWorks, porque me identifico mais com desenhos e anatomias de monstros e criaturas grotescas, mas as vezes eu faço desenhos fofinhos.

Monster, de Jessé Luiz
Monster, de Jessé Luiz

Das suas criações, qual você mais gosta?

Jessé: É difícil dizer. Eu aprendi que seu melhor desenho é aquele que você ainda não fez. Mas eu gosto muito das minhas ilustrações do universo de Sandman de Niel Gaiman.

Morte (à esquerda) e Destino (à direita), de Jessé Luiz.
Morte (à esquerda) e Destino (à direita), de Jessé Luiz.

Você já foi contratado para fazer ilustrações?

Jessé: Já. Geralmente são encomendas pessoais, quadros, estampas para camisa etc., mas recentemente fui convidado para um projeto de quadrinho independente muito legal chamado Devaneios. Minha primeira participação em um quadrinho, apesar de já ter feito algumas tirinhas.

Você prefere desenhar em papel ou no digital?

Jessé: O desenho analógico tem a magia da textura do papel, de se sujar de tinta ou nanquim, mas acho que o desenho digital tem a vantagem de rapidez na produção, e para o artista é mais barato. Mas não acho que o desenho analógico irá morrer. O mercado é grande e tem espaço para tudo e todos.

Mario, de Jessé Luiz
Mario, de Jessé Luiz

Quanto tempo em média você leva para concluir uma ilustração?

Jessé: Em média de 3h a 5 horas. Estou tentando diminuir esse tempo. Mas no geral, em dia de semana, por conta das obrigações da faculdade, eu faço mais speed painting, ou seja, ilustrações de 30 minutos a 1 hora.

I am Groot, de Jessé Luiz
I am Groot, de Jessé Luiz

O que você acha do mercado para ilustração?

Jessé: Acho que está fervilhando de oportunidades, desde criações de mascotes para empresas à ser desenhista de um título grande da Marvel. Tudo só depende de você. Se você tem o sonho de ser desenhista você tem que correr atrás, estudando, treinado, sempre se aprimorando, porque o mercado tem oportunidades, mas é um mercado competitivo. Se você não se preparar par ser o melhor, as portas se fecham para você. Existem “facilidades” para seu primeiro trabalho publicado. A regra de ouro do mercado hoje é “se lançar”. Hoje em dia você tem estúdios que ensinam e ao mesmo tempo são agências, ajudando em seu primeiro Job. E ainda temos o Crowdfunding, como o Catarse, que lhe ajuda na sua produção independente.

Pulp Hazel e Cha-cha, de Jessé Luiz
Pulp Hazel e Cha-cha, de Jessé Luiz

Você já colocou um projeto seu no Cartase?

Jessé: Não, mas é meta pra esse ano de 2015. Mas já estou envolvido em um projeto coletivo, como já falei acima, se chama Devaneios e é um projeto super bacana que conta com muitos desenhistas bons, e eu no meio.

Você pode falar um pouco mais sobre o Devaneios?

Jessé: Claro, Devaneios é uma HQ escrita por Jefferson Pereira e ilustrada por mais de 30 artistas, cada desenhista desenha uma página com total liberdade artística. São 6 histórias no total, as histórias são devaneios, quase um sonho acordado, os roteiros tão lindos. Vale o apoio para que esse projeto se torne realidade.

Ramona, de Jessé Luiz
Ramona, de Jessé Luiz

Você tem alguma consideração final?

Jessé: Tenho. Quero agradecer por essa oportunidade de poder falar um pouco sobre o que gosto de fazer. E quero pedir do fundo do meu coração que os pais que estiverem lendo essa entrevista apoiem os sonhos de seu filhos, seja o sonho dele ser desenhista, musico, tanto faz. Eu falo isso porque no início das minhas descobertas nesse mundo ilustrado, eu vi que dava pra viver fazendo o que mais gosto, mas meus pais vieram com um balde água fria: “isso não dá dinheiro… você vai morrer de fome… isso não é profissão, vá fazer um concurso público…”. Não façam isso com seus filhos. E filhos, não deixem que nada fiquem no caminho do seus sonhos.

 

Se você quer conhecer outros trabalhos de Jessé Luiz ou bater um papo sobre ilustração, visite sua página no Facebook. Ou entre em contato pelo email: jesseluiz88[at]gmail.com

 

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A arte Pop Surrealista de Peca

Peca é uma artista plástica nascida na argentina que atualmente vive em Barcelona há mais de dez anos. Graduada na Universidade de Finas Artes, da cidade de La Plata, a UNLP, é pintora, ilustradora e anima seus próprios filmes. Ela mesma afirma que nasceu artista e seu amor manifestou-se desde sua infância, junto com sua habilidade. Ser artista foi algo natural, assim como andar ou falar.

Peca com seus quadros.
Peca com seus quadros.

O movimento Pop Surrealista surgiu recentemente trazendo consigo a alma dos quadrinhos, do mundo das ruas, traços do Surrealismo clássico de artistas como Dalí e Magritte, o toque de ícones populares e os costumes desenfreados da sociedade moderna. Suas expressões são marcadas por um senso de humor peculiar, forte variação de cores e desenhos com um aspecto meio infantil – características que trazem esses novos artistas.

Em postagens no seu blog pessoal, Peca afirma que sua arte é uma forma de chegar dentro dela, a liberdade de poder criar sem paredes ou fronteiras é um prazer inexplicável, cada criação é diferente, é como se elas tivessem alma. Quando fala de suas inspirações e referências, Peca fala um mix de estilos e artistas como Beatles, Frida Kahlo, Geronimus Bosch, Castaneda, Bradbury, Van Eyck, Ryden, Mono Cieza (seu marido), rock, budismo e mitologia associada com o cosmo.

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No facebook sua página é Peca Fine Art. As artes usadas no post estão no seu blog e no  seu pinterest.